12/04/2018 14:38
Na abertura da edição 2018 do seminário “Orientações para a elaboração de propostas de cursos novos” a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) enfatizou que a tendência da análise será cobrar mais consistência das propostas. O evento ocorreu terça, 10, na Universidade de São Paulo.
No período da manhã, o assessor da Diretoria de Avaliação da CAPES, André Brasil, revisou conceitos e instrumentos essenciais da avaliação da pós-graduação stricto sensu.
A exposição abordou os fundamentos da Avaliação da CAPES, política pública que afere a qualidade da pós-graduação brasileira e estabelece padrões. A qualidade do processo é considerada um reflexo do formato adotado pela CAPES, no qual a avaliação é feita pela própria comunidade científica.
O assessor apresentou a localização dos principais documentos e a legislação pertinente no portal da CAPES. Segundo Brasil, a leitura atenta dos documentos é a primeira etapa para construção de uma proposta consistente. Em seguida, destacou aspectos que as propostas devem considerar para ganhar consistência.
No processo de avaliação, propostas que recebem notas 1 ou 2 – portanto não aprovadas – podem ser revisadas e reapresentadas pela instituição em avaliação futura. Pedidos de reconsideração na mesma avaliação não podem apresentar mudanças na proposta. Portanto, a proposta deve ser organicamente constituída, evitando-se a inscrição de fragmentos entregues por cada linha de pesquisa.
Outro ponto da exposição abordou a fusão e o desmembramento de programas. A junção de programas tem sido recomendada, ao contrário da fragmentação. Isso porque, entre outros fatores, programas com número maior de docentes costumam estar mais preparados para que os docentes busquem atualização por meio de estudos em outras instituições.
Associações acadêmicas internacionais fortalecem propostas. Já a tentativa de abrir um curso de doutorado em um programa de mestrado de nota 3 põe em risco o esforço de aprimoramento do mestrado.
Propostas de programas interdisciplinares devem ser consideradas levando em consideração o perfil do egresso. “Interdisciplinaridade está presente de alguma forma em todos os cursos e já é considerada na avaliação. Já programas interdisciplinares são uma minoria absoluta, pois formam pessoal com uma especialização muito específica”, enfatizou o assessor.
Brasil destacou que o número de aprovações de propostas de cursos novos vem caindo ao longo dos anos, chegando ao patamar mais baixo em 2016. Segundo o técnico, esse é um reflexo de que o processo de avaliação vem se tornando mais preciso. Nesse sentido segue a análise de programas interdisciplinares.
À tarde, uma equipe técnica da CAPES esclareceu pontos específicos aos participantes. A reunião é dirigida a pró-reitores, diretores e servidores de pós-graduação, incluindo coordenadores de propostas de cursos novos. Realizado em parceria com o Fórum de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP), o evento terá uma edição em cada região do país.
(Brasília – CCS/CAPES)
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