04/10/2022 11:48
foto: Rodolfo Stuckert / Acervo Câmara dos Deputados
O Congresso Nacional terá em sua nova composição oito integrantes na bancada da educação e da ciência. Serão sete representantes na Câmara dos Deputados e uma no Senado, todos com o compromisso de defender pautas como o investimento em pesquisa científica e nas universidades públicas.
O compromisso de defesa da educação e da ciência para a reconstrução do país foi assumido pelo grupo em julho, durante a reunião da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Na ocasião, sete pré-candidatos ao Senado e 44 pré-candidatos à Câmara, entre aspirantes a outros cargos públicos, assinaram um manifesto no qual são enfatizados a autonomia universitária, o investimento na educação e a valorização dos profissionais da área, o aumento de vagas em cursos técnicos e o fortalecimento dos institutos federais, das universidades e dos centros de pesquisa, entre outros pontos.
Dos 51 pré-candidatos, 40 de fato concorreram e sete foram eleitos. Teresa Leitão (PT) vai ocupar uma vaga no Senado, enquanto Alice Portugal (PCdoB - BA), Ana Cristina de Lima Pimentel (PT - MG), Enio José Verri (PT - PR), Erika Jucá Kokay (PT - DF), Maria do Rosário (PT - RS), Pedro Uczai (PT - SC) e Rubens Otoni Gomide (PT - GO) vão assumir ou reassumir cadeiras na Câmara.
Outros 24 candidatos obtiveram votos suficientes para serem suplentes, incluindo Ricardo Galvão (Rede - SP), físico da USP e ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que foi demitido pelo governo Bolsonaro após anúncio de dados de desmatamento na Amazônia, e Edward Madureira Brasil (PT - GO), professor e ex-reitor na UFG (Universidade Federal de Goiás) que articulou o movimento dos cientistas.
"De fato, é muito importante ter no Congresso pessoas favoráveis à ciência, educação, saúde, cultura, meio ambiente e inclusão social. São pautas decisivas para o Brasil e deveríamos focar nelas intensamente", diz o ex-ministro Renato Janine Ribeiro, presidente da SBPC. Por seu estatuto, a entidade não pode patrocinar candidatos e não apoiou os signatários do manifesto.
Para ele, o interesse de pesquisadores e professores pela política ocorre porque esses profissionais não se sentem representados e porque perceberam que não basta fazer pesquisa. Em um contexto de fake news, é preciso transmitir a mensagem, compartilhar as questões importantes com a sociedade. Ribeiro cita, por exemplo, o risco de cidades como Rio, Santos e Olinda ficarem submersas devido ao aumento do nível do mar. "Muitos governos vêm desconsiderando a questão ambiental", critica.
"É essencial para o governo mais ciência e mais educação porque o desenvolvimento econômico e social depende disso", afirma o ex-ministro.
Fonte: Folha de S. Paulo
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