22/05/2020 13:19
Representante do Conselho Nacional de Secretários de Educação sugere redução de 25% da carga horária mínima
Deputados e entidades ligadas à Educação afirmaram nesta última quinta-feira (21), por meio de videoconferência, que o direito do aluno de aprender deve ser garantido mesmo diante de mudanças no calendário de ensino de escolas e de universidades por conta da pandemia de Covid-19.
A relatora da MP (E), deputada Luíza Canziani, defendeu um texto "alinhado com quem faz a Educação no País"
"Vamos ter pelo menos 4 meses de prejuízo no calendário escolar e não vamos poder medir a reposição das aulas simplesmente pela quantidade de dias ou de horas-aula. Vamos ter que superar algumas práticas, porque o momento exige soluções diferenciadas", observou o deputado Professor Israel Batista (PV-DF), durante a reunião técnica promovida pela relatora da Medida Provisória (MP) 934/20, deputada Luísa Canziani (PTB-PR).
Editada para frear o avanço do novo coronavírus, a MP dispensa instituições do ensino básico e superior de cumprirem, neste ano, a meta de 200 dias letivos (com aula presencial). O texto mantém a carga horária mínima de 800 horas no ano, mas autoriza o aluno a cumprir essas horas com atividades não presenciais.
"Sei que será necessário flexibilizar, mas é importante garantir o direito à aprendizagem", ressaltou a deputada Professora Rosa Neide (PT-MT). Já a deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) avalia que a medida provisória deve definir parâmetros para o País, sem a necessidade de "casamento" entre os anos letivo e civil. "Não temos preocupação com dias e horas, mas entendo que isso deva ser um norte", disse.
"A MP pode ajudar nisso, garantindo que as horas de referência sejam as horas necessárias para cumprir os objetivos de aprendizagem. 800 horas é um parâmetro para o centro da discussão, que deve ter como foco a oferta e o aproveitamento da aprendizagem", disse Curi. Segundo ele, o CNE trabalha agora em um parecer específico sobre o processo de retomada das aulas.
O Parecer 5/20, no entanto, chama atenção para algumas dificuldades operacionais: datas que não prejudiquem o calendário de 2021; espaço físico nas escolas; impacto financeiro dos ajustes operacionais; e dificuldades trabalhistas envolvendo contratos de professores, férias, entre outros.
" O número de dias e a carga horária são critérios, mas não podemos ficar amarrados a isso. Se entrarmos muito em fevereiro e em março [de 2021], não conseguiremos cumprir o mínimo de 200 dias em 2021. Vamos ter sim que entrar em 2021, mas não muito, senão não cumpriremos o calendário do próximo ano", observou. Amâncio ainda sugeriu uma redução de até 25% da carga horária mínima exigida, que é de 800 horas.
O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Garcia, reforçou que o principal método para recuperação de conteúdos deve ser a forma presencial de ensino, uma vez que nem todos os alunos têm acesso facilitado a meios não presenciais.
Na educação básica – que reúne os ensinos infantil, fundamental e médio –, segundo ele, é possível reorganizar a base curricular para redistribuir os assuntos por mais um ou dois anos. "É preciso pensar também o planejamento de aulas para 2021 e 2022 para recompor todas as aulas", disse. Ele sugere uma discussão mais ampla sobre como deverão ser cumpridas as 800 horas.
Relatora da MP 934/20, a deputada Luíza Canziani adiantou que pretende apresentar um texto alinhado com "quem faz a Educação no País" e com regras restritas ao período da pandemia. "A gestão do calendário escolar será feita pelas instituições, pelos sistemas, pelas redes de ensino. Nosso objetivo aqui é trazer um panorama geral, uma diretriz, em conjunto com o parecer do CNE, para que a gente alcance os objetivos de aprendizagem dos alunos", disse.
Um levantamento feito pelo site G1 durante a pandemia mostra que muitos alunos da rede pública estão vendo 2020 como um ano perdido em suas trajetórias escolares. Em 7 estados e no Distrito Federal, a atividade remota não vai contar para o ano letivo. Já os professores relatam o drama de não terem a formação e a estrutura necessárias para oferecer o conteúdo remoto.
Segundo o site, a suspensão de aulas não encontrou uma resposta coordenada e cada estado adotou uma maneira de repassar o conteúdo, por meio de plataformas virtuais, sites, TV aberta e até WhatsApp: 15 estados decretaram recesso ou férias para ganhar tempo e encontrar alternativas; 11 estados e o Distrito Federal suspenderam as aulas; e 16 estados planejam considerar atividades remotas como carga horária do ano letivo.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
NOTÍCIAS
Homenagem: Camilo Santana recebe Mérito da Educação Comunitária
04/08/2023 08:33
"Não se pode falar em meritocracia com educação desigual", diz Lula
01/08/2023 08:33
Prazo para comprovação de documentos do Prouni termina dia 3
01/08/2023 08:30
SBPC: Painel debate publicações científicas em jornais predatórios
01/08/2023 08:27
Por que metas da educação não serão atingidas até junho de 2024
31/07/2023 08:53
Seres em Diálogo debate equidade na educação superior
31/07/2023 08:24
Processos seletivos do MEC têm sistema aperfeiçoado
31/07/2023 08:21
“5ª Conferência Nacional de CT&I apontará o Brasil que queremos nos próximos anos”, afirma ministra
28/07/2023 08:27
Proposta prevê cabine de estudos gratuita com acesso à internet para estudantes de baixa renda
28/07/2023 08:23
Governo prepara ações para garantir que jovens terminem o ensino médio
28/07/2023 08:10