09/03/2020 11:55
A participação feminina na pesquisa, no ensino e no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação brasileiras é crescente. A quantidade de mulheres em destaque por suas pesquisas e projetos reconhecidos tem aumentado consideravelmente.
Prêmios nacionais e internacionais têm sido entregues a pesquisadoras de todos os estados brasileiros. No último Prêmio CAPES de Tese, por exemplo, duas das três principais honrarias foram para trabalhos de produção feminina.
Sônia Bao, diretora de Avaliação da CAPES, lembrou que o número de mulheres ainda não está equiparado ao de homens, mas ponderou sobre cursos antes predominantemente masculinos, que hoje mostram um quadro diferente. “É preciso aumentar a base para conseguir chegar às posições de destaque”, afirmou.
A diretora lembrou a importante construção que vem sendo feita para que as mulheres cheguem à liderança. Áreas, antes com pouca ou nenhuma participação feminina, desde a graduação, hoje têm uma presença significativa em seus cursos e “isso se transfere para a pós-graduação, para professores do ensino superior, logo, para pesquisadoras”.
Dos 364 mil alunos de mestrado e doutorado no Brasil, 195 mil são mulheres. Entre os matriculados em cursos stricto sensu, elas representam 53%, além de serem 57% dos bolsistas da CAPES.
Estudos recentes apontam que a participação da mulher tem crescido, também, na assinatura de artigos científicos. Dos textos publicados no País, 72% são de autoria feminina, de acordo com a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).
Em se tratando de dados mundiais, o relatório ‘Elsevier 2020 - A Jornada do Pesquisador através das Lentes do Gênero’ informa que “na maioria dos países, a proporção de mulheres para homens entre os autores é mais baixa nas ciências físicas e mais alta nas ciências da vida e da saúde”. Entretanto, no geral, a tendência é positiva: em todos os países estudados e na União Europeia, esta relação está mais próxima da paridade. Isto se evidencia nos últimos de cinco anos em comparação com uma década atrás.
“Vejo que, para o futuro, vamos avançar bastante. Já tem um caminho moldado para que isso aconteça. Nosso esforço em conquistar esses espaços está sendo reconhecido e evidenciado. Eu considero que fazemos um esforço bem maior do que os homens”, conclui Sônia Báo.
Fonte: Redação CCS/CAPES
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