10/12/2021 13:22
A Base Nacional Comum Curricular traz mudanças desafiadoras para além do necessário aumento da carga horária
Em poucos dias encerra-se o difícil o ano letivo de 2021 e, em 2022, começa a implementação do novo ensino médio. Durante anos chamou-me atenção a curta duração da jornada escolar nesta etapa, e a proliferação de disciplinas —chegando a 15 em alguns estados, embora as obrigatórias fossem em média 13— espremidas em quatro horas de aula. Desta forma, os alunos acabavam recebendo um verniz de cada área, sem ter a possibilidade de, como recomenda Edgar Morin, religar os saberes em um pensamento autônomo, integrado e criativo.
Para fazer frente a essa superficialidade na estrutura de ensino, foi aprovada em 2017 a nova proposta, ampliando o tempo mínimo do estudante na escola de 800 para 1000 horas anuais, em preparação para o tempo integral, e definindo uma nova organização curricular, mais flexível, que inclui uma parte comum, oferecida a todos e trilhas de aprofundamento a serem escolhidas pelos alunos, os itinerários formativos.
Não será nada fácil implementar estas mudanças. Para além do grande esforço necessário para o resgate das aprendizagens perdidas com o prolongado fechamento das escolas e o limitado acesso a equipamentos e conectividade, o novo ensino médio trará diversas complicações logísticas e pedagógicas.
Neste sentido, foi sábio começar a transformação com a primeira série do ensino médio, que não inclui necessariamente os itinerários formativos. Mesmo assim, a Base Nacional Comum Curricular já traz mudanças desafiadoras, para além do necessário aumento da carga horária. Preparar os jovens para uma escolha que terá impacto em seu futuro é uma delas, incluída na previsão de um tempo para trabalhar com eles o seu projeto de vida. Formar os professores para uma prática de ensino mais colaborativa, que integre diferentes disciplinas em áreas de conhecimento, sem perder a especificidade de cada uma, é outra, tão importante quanto a anterior.
Para isso, foi importante a tradução da Base de ensino médio em currículos estaduais, com 18 estados com seus referenciais já aprovados. Foram dados, também, nesta semana, pelo Conselho Nacional de Educação, os primeiros passos para adaptar o Enem à nova realidade.
Mas o trabalho mais importante será completado nos anos seguintes, com o esforço para termos uma educação contemporânea, que prepare os jovens para o futuro do trabalho e para uma vida significativa em sociedade, o que envolve formar para uma cidadania global. Isso significa não se limitar a um ensino superficial e conteudista e avançar para a formação de pensadores autônomos, capazes de formular seus próprios juízos frente a um mundo complexo.
Fonte: Folha de S.Paulo
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