29/03/2019 12:18
Desde 2002 foram oito ataques em escolas brasileiras, nos quais alunos ou ex-alunos armados atiraram contra estudantes e funcionários. Nos Estados Unidos, no mesmo período, houve 160 ataques
Deputados e especialistas pediram presença de psicólogos, e não de armas, nas escolas, para garantir a segurança de alunos e professores, em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados nesta última quinta-feira (28).
“Eu troco uma arma por um orientador educacional. Eu troco uma bala por um apoio de um psicólogo”, afirmou o deputado Professor Israel Batista (PV-DF), autor do pedido de audiência. Preocupado com o recente atentado a estudantes e professores em uma Escola Estadual Professor Raul Brasil no município de Suzano (SP), o parlamentar solicitou o debate para conter o que chama de “epidemia de violência nas escolas”.
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) acredita que o professor não pode ter arma, porque não pode ser responsável pela segurança, como defenderam alguns parlamentares após o massacre de Suzano. Para ela, o professor precisa de apoio de psicólogos. “Não é luxo, faz sentido até financeiro você ter na escola o profissional que dá apoio, que acompanha, isso é urgente e é para agora”, opinou.
Segundo o levantamento, desde 2002, foram oito ataques em escolas brasileiras, nos quais alunos ou ex-alunos armados atiraram contra estudantes e funcionários. Em metade desses ataques, os atiradores utilizaram que estavam armazenadas em suas casas.
Nos Estados Unidos, no mesmo período, houve 160 ataques em escola. Conforme o especialista, um dos motivos para isso é o acesso facilitado a armas de fogo naquele País. “Nesse sentido, nos preocupam muito as medidas adotadas pelo atual governo no sentido de flexibilizar e aumentar o acesso a armas de fogo”, ressaltou.
Conforme Angeli, a maior parte das armas utilizadas em crimes têm origem legal, sendo desviadas de policiais ou de seguranças privados; em outros casos, vêm de cidadãos que compram legalmente a arma e têm sua arma perdida ou roubada.
Para Borges, valorizar os professores é uma das formas de diminuir a violência nas escolas. Segundo ele, é o professor quem identifica, dentro da sala de aula, o aluno que está com problema, que está destoando dos demais. Ele também ressaltou a necessidade da profissionalização da gestão escolar. Ele observou que em 74% dos municípios brasileiros os gestores são indicados politicamente, sem nenhum critério técnico ou de experiência.
O deputado Igor Timo (Pode-MG), por sua vez, defendeu a presença de profissionais de segurança nas escolas. Ele criticou a iniciativa do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, de retirar vigias das portas das escolas estaduais, sob o argumento de que a vigilância custa caro ao estado.
Fonte: Agência Câmara
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