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Protestos em defesa da educação são realizados em 126 cidades

31/05/2019 13:35


Segunda manifestação contra o bloqueio de verbas da educação toma as ruas de diversas localidades. Em Brasília, ato foi realizado na Esplanada dos Ministérios e ocorreu de forma pacífica. São Paulo, Rio e Belo Horizonte tiveram passeatas à noite.


Pela segunda vez, estudantes e professores tomaram as ruas nesta última quinta-feira (30/5) para protestar contra o contingenciamento de recursos na educação. Até por volta das 20h, haviam sido registrados protestos em, pelo menos, 126 cidades de 25 estados e do DF. Em Brasília, estudantes, professores e sindicalistas, se concentraram em frente ao Museu da República e se dirigiram, em passeata, até o Congresso Nacional. A Polícia Militar do DF contabilizou, até as 11h, cerca de 1,5 mil manifestantes, mas não houve contagem final. Segundo a União Nacional dos Estudantes (UNE), o ato reuniu 30 mil pessoas.


À noite, ocorreram manifestações em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. Em São Paulo, a concentração foi no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros. Em seguida, o grupo seguiu em passeata pela Avenida Rebouças em direção à Avenida Paulista. No Rio, os manifestantes seguiram da Igreja da Candelária rumo à Cinelândia, caminhando pela avenida Rio Branco. Milhares de pessoas participaram.


Em Belo Horizonte, estudantes, professores e servidores públicos se reuniram no Centro. Em Curitiba, os manifestantes recolocaram a faixa com os dizeres “em defesa da Educação” na fachada do prédio da Universidade Federal do Paraná, na Praça Santos Andrade. A faixa havia sido retirada por manifestantes pró-Bolsonaro, em ato realizado no último domingo. Em Pernambuco, estudantes, professores e servidores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) realizaram um “abraço simbólico” ao prédio da instituição, no bairro de Dois Irmãos.

Embora abrangentes, as manifestações desta quinta-feira (30/5) foram em menor número que as ocorridas em 15 de maio, quando foram registrados atos em 158 cidades de todos os 27 estados e no DF. Em Brasília, o mote também foi contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), a reforma da Previdência e as medidas do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).


Empunhando cartazes e faixas, os participantes entoaram gritos e seguiram pela Esplanada dos Ministérios até o espaço em frente ao Congresso. Por falta de autorização prévia, os carros de som não acompanharam o trajeto.Três faixas do Eixo Monumental foram bloqueadas enquanto os manifestantes caminhavam e foram liberadas pouco mais de uma hora e meia depois. A Polícia Militar acompanhou a manifestação de perto, revistou os participantes e solicitou que retirassem panos dos rostos.


Um boneco com o rosto do presidente Bolsonaro foi queimado quando a manifestação chegou em frente ao MEC, que estava protegido pela Força Nacional de Segurança Pública. Durante o trajeto, houve um princípio de tumulto entre policiais militares e manifestantes que saíram da área reservada ao protesto. A corporação usou spray de pimenta contra o grupo, e um homem foi detido por desacato. Em seguida, os participantes seguiram para a Rodoviária do Plano Piloto, onde continuaram o ato com gritos de guerra e provocações ao presidente Jair Bolsonaro. O ato se encerrou por volta das 14h.


Estudante de psicologia da UnB e militante do Juntos pela Educação, Bruno Zaidan, 25 anos, ressaltou que o ato faz parte de uma agenda de sucessivas manifestações. “É uma jornada de lutas. Fizemos também o ato no dia 15. É possível vencermos essa batalha. A sociedade está contra o desmonte da educação. Essa é a segunda fase de muitas. O ministro que colocaram não tem qualificação. A única preocupação é promover uma guerra ideológica nas universidades. Não vamos deixar. Queremos estudar, pesquisar, construir o conhecimento e não daremos um dia de descanso para o governo”, afirmou.


Ronei Delfino da Fonseca, 38 anos, técnico administrativo e estudante da UnB, foi um dos prejudicados com o corte de bolsas de pós-graduação pela Capes anunciado pelo governo. Ele havia sido selecionado para um doutorado em sistema mecatrônico. Agora, avalia se poderá continuar a estudar. “Temos que mostrar para o governo que a educação tem que ser prioridade. Para a área da pesquisa, esses cortes são muito ruins. Acaba jogando no lixo tudo o que já foi feito. Pesquisa precisa de início, meio e fim. Com o que está acontecendo, muitos desistem de investir nisso”, avaliou.


Além de lideranças de entidades como a UNE, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Movimento Juntos Pela Educação e Associação dos Acadêmicos Indígenas da UnB, também participaram do ato centrais sindicais e políticos, como o deputado distrital Fábio Felix (PSol), as deputadas federais Tabata Amaral (PDT-SP), e Erika Kokay (PT-DF) e a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR). Uma nova manifestação contra o bloqueio de verbas da educação está marcada para 14 de junho.


*Estagiárias sob supervisão de Odail Figiueiredo


Fonte: Correio Braziliense

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