NOTICIA

Saeb: especialistas em educação avaliam impactos do novo sistema

11/05/2020 14:44

Entidades e especialistas em educação repercutem o lançamento do novo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A nova versão foi lançada pelo Ministério da Educação (MEC) na última quarta-feira (6/5). Reformulado, o Saeb pode ser uma alternativa ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) tradicional e permitir que a prova seja realizada em etapas.  
 
Ricardo Henriq
Ricardo Henriques recomenda precaução na implementação do sistema devido à pandemia
O economista e superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, diz que o Saeb foi um marco nas métricas de avaliação da qualidade da educação brasileira. “O Brasil conseguiu entrar em um hall importante dos sistemas de avaliação internacionais”, comenta.

Agora, 30 anos depois da criação, o Saeb passou por uma reformulação, e o novo sistema promete expandir o método de avaliação para todas as séries e com uma novidade ainda maior: o Enem seriado. 

“As principais mudanças são a possibilidade de conseguir fazer avaliações ao longo de ciclos e todas as séries do ensino médio, incorporar outras ciências, além de língua portuguesa e matemática, caminhar para o modelo digital e ter avaliações adaptativas”, diz Ricardo.
Mas, devido à pandemia do novo coronavírus, o economista recomenda cautela na implementação do sistema. “Colocar a nova avaliação em marcha em 2021 depende de realizar uma série de ações que já não são possíveis nesse ano tão conturbado de 2020.” Porém, ele acredita que, apesar dos desafios, as mudanças estão na direção certa.

Ricardo ainda pontua que o principal desafio do novo sistema, além de melhorar a conectividades dos estudantes para que possam realizar as provas na versão digital, é garantir que o sistema de avaliação siga a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). 

“Aquele paradoxo que o rabo abana o cachorro, o que temos hoje é uma maturidade institucional para que o cachorro abane o rabo, que a base defina o sistema de avaliação, sobretudo as avaliações que ocorrem nas escolas que não estão conseguindo captar a evolução dos estudantes, quanto às avaliações internas”, pontua.

Quanto ao Enem seriado, o especialista afirma que a prova tem potencial de diminuir o estresse sobre os estudantes e aumentar o foco dos educadores. “Poderemos ter professores se dedicando menos às avaliações feitas ao longo do ano (trimestrais ou bimestrais) e focando mais a avaliação final”.

Esperança de melhora
 

Esmeralda Macana avalia que um ponto forte do novo sistema é a possibilidade de uma devolutiva mais rápida para as instituições de ensino

Esmeralda Macana, economista formada pela Universidade de La Salle (Bogotá-Colômbia) e especialista em monitoramento e avaliação do Itaú Social, acredita que o sistema vai proporcionar maior qualidade da educação, desde que avancemos na implementação da BNCC, documento que orienta e direciona sobre o que o aluno deve  aprender.

 “Quanto mais rápida for a devolutiva, melhor as redes de ensino vão conseguir reagir e dar uma resposta aos problemas”, pontua. “Há um distanciamento dos adolescentes da escola. Diante do cenário que estamos vivendo de pandemia do novo coronavírus, nós não sabemos o que acontece dentro das famílias para motivar isso. Portanto, essa avaliação mais frequente vai ajudar a ter uma noção para seguir um caminho por uma educação de qualidade, diminuindo a evasão”, espera.

Para ela, o trabalho conjunto entre estados e municípios é fundamental. “Depende dessa colaboração para as redes poderem adotar o sistema e utilizar os dados, os professores entenderem o impacto e adotarem as estratégias de reparação. Principalmente após esse período de pandemia, para evitar evasão e abandono”, destaca.
É importante ressaltar que o Enem tradicional não deixará de existir. O Enem seriado é apenas mais uma porta de entrada ao ensino superior. Pelo menos enquanto nada diferente for anunciado, o Enem tradicional continuará a ser aplicado normalmente, nas versões impressa e digital. Bem como o Programa de Avaliação Seriado da Universidade de Brasília (PAS/UnB), a não ser que a instituição decida mudar isso.
Setor particular aprova
Clayton da Silva Braga, diretor-financeiro do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinepe-DF), se preocupa com o ranqueamento das escolas que pode decorrer do novo Saeb. “Sabemos que cada comunidade é uma, mas, se os dados foram entregues às escolas e derem oportunidade de os gestores melhorarem suas ações pedagógicas, só tem a acrescentar”, pondera.

O diretor se mostra positivo quanto a outras novidade do sistema, como o Enem seriado. “Isso gera uma expectativa muito grande para o estudante: a partir do momento que ele faz uma prova no 1° ano do ensino médio e sabe que vai realizar outras no 2° e no 3° ano, ele vai se esforçar muito mais para ter melhores resultados”, acredita.

Clayton Silva acredita que o Enem seriado será mais uma motivação para estudantes em fase de vestibular

Além disso, Clayton chama atenção para o modo de implementação das provas. “Pelo fato de a prova ser seriada e pelo formato (do 2° ano até o 4° do ensino fundamental sendo impressa e a partir do 5° ano sendo digital), nós acreditamos que é muito possível as escolas particulares participarem”, diz.

“Quanto mais oportunidades de testagem os alunos tiverem, mais dados vão gerar para as escolas tomarem decisões, não tenho dúvida de que isso só vai melhorar a educação do país ao longo do tempo. Uma vez que as escolas tenham mais relatórios para que possam agir na proficiência de cada aluno, é possível melhorar o ensino”, conclui.

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