12/09/2019 12:36
Deputados de vários partidos cobraram explicações dos dois representantes do Ministério da Economia presentes nesta última quarta-feira (11) à audiência pública que debateu a situação das bolsas de pesquisa no Brasil.
Na reunião, as duas principais agências de fomento à pesquisa no País – o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – relataram aos parlamentares uma situação financeira alarmante.
No CNPq, o dinheiro para as bolsas de pesquisa, que era em média de R$ 1 bilhão nos últimos anos, caiu para R$ 784 milhões em 2019. O pagamento das 84 mil bolsas só foi garantido até agosto.
Para saldar os compromissos de setembro, a serem pagos nos primeiros dias de outubro, o presidente substituto do CNPq, Manoel da Silva, explicou que teve que tirar dinheiro do custeio. “Estamos cortando no próprio orçamento do CNPq. São programas que a gente vai deixar de executar para poder honrar pelo menos mais um mês dos bolsistas. Isso não é solução, mas é uma solução que eu costumo chamar de provisória e precária”, afirmou.
O diretor do Departamento de Programas das Áreas Social e Especial do Ministério da Economia, Clayton Montes, afirmou que há perspectivas de aumento da arrecadação. Com isso, seria possível descontingenciar parte dos recursos bloqueados atualmente. Mas ele fez uma ressalva.
“Não serão todas as despesas que hoje estão contingenciadas no Orçamento, que giram em torno de R$ 30 bilhões, que serão descontingenciadas. A gente não consegue, com essa perspectiva de arrecadação que se avizinha, mas temos perspectiva de descontingenciar algumas despesas relevantes – e aqui eu acho que as despesas com as bolsas de CNPq e Capes são despesas que o Ministério da Economia considera relevantes”, disse Montes.
Para o deputado Bacelar (Pode-BA), um dos seis parlamentares que pediram a realização da audiência pública, há sinais negativos do governo em relação à área de ciência e tecnologia.
“Esses sinais sugerem um projeto de desmonte da ciência brasileira. Não é apenas uma economia burra, querem acabar com a ciência brasileira, restringir a pesquisa aos mais ricos – porque só os mais ricos vão poder pesquisar no Brasil – e destruir as instituições federais de educação”, disse o deputado.
Durante a audiência pública, os parlamentares também reclamaram do descumprimento do acordo para votação do projeto de lei do Congresso Nacional (PLN 4/19) que destinava crédito suplementar ao governo federal. O projeto foi aprovado em junho, mas o compromisso de liberação de R$ 330 milhões para ciência e tecnologia ainda não foi cumprido.
Além de Bacelar, pediram o debate os deputados Bira do Pindaré (PSB-MA), Paula Belmonte (Cidadania-DF), João H Campos (PSB-PE), Professora Rosa Neide (PT-MT) e Edmilson Rodrigues (Psol-PA).
Fonte: Agência Câmara
NOTÍCIAS
Homenagem: Camilo Santana recebe Mérito da Educação Comunitária
04/08/2023 08:33
"Não se pode falar em meritocracia com educação desigual", diz Lula
01/08/2023 08:33
Prazo para comprovação de documentos do Prouni termina dia 3
01/08/2023 08:30
SBPC: Painel debate publicações científicas em jornais predatórios
01/08/2023 08:27
Por que metas da educação não serão atingidas até junho de 2024
31/07/2023 08:53
Seres em Diálogo debate equidade na educação superior
31/07/2023 08:24
Processos seletivos do MEC têm sistema aperfeiçoado
31/07/2023 08:21
“5ª Conferência Nacional de CT&I apontará o Brasil que queremos nos próximos anos”, afirma ministra
28/07/2023 08:27
Proposta prevê cabine de estudos gratuita com acesso à internet para estudantes de baixa renda
28/07/2023 08:23
Governo prepara ações para garantir que jovens terminem o ensino médio
28/07/2023 08:10