06/10/2020 15:31
Mesmo as que optaram pelo retorno terão presença pontual e facultativa; públicas só retomam aulas práticas
Únicas instituições de ensino com autorização para retomar as aulas regulares presenciais na cidade de São Paulo a partir desta quarta (7), as faculdades e universidades preferiram, em sua maioria, continuar com as atividades a distância até o fim do ano.
Segundo estimativa do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior), 90% das 148 instituições de ensino dessa etapa decidiram por não voltar. Entre as que optaram pela retomada, as atividades presenciais não serão todos os dias e serão optativas.
As três universidades públicas estaduais (USP, Unesp e Unicamp) e a Unifesp também decidiram pelo não retorno das aulas regulares. Elas só voltaram com atividades presenciais para disciplinas práticas que ficaram paralisadas durante a suspensão da pandemia.
Em julho, o governador João Doria (PSDB) liberou as aulas práticas no ensino superior em todo o estado. A medida tinha como maior objetivo retomar as aulas de cursos da área da saúde que tem maior carga horária prática, como é o caso de graduações como medicina, enfermagem, farmácia, fisioterapia e odontologia.
Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp, diz que as universidades tinham muita pressa para que as atividades práticas fossem liberadas, mas não há a mesma urgência para as demais atividades. “As aulas remotas, mesmo que apresentem problemas, estão funcionando. Os próprios alunos não querem retornar ao presencial agora”, diz.
Segundo ele, muitos alunos retornaram às suas cidades de origem ou preferem continuar estudando em casa para evitar grandes deslocamentos para chegar à faculdade. “O ensino superior é diferente da educação básica, que as pessoas estudam perto de casa. Aqui em São Paulo, os alunos às vezes se deslocam de transporte público por 1h30 ou 2h para ir à universidade”.
O impacto do deslocamento dos estudantes que retornam às aulas a partir desta terça é calculado como baixo e de pouco potencial para interferir no ritmo de contaminações da cidade. Quando as faculdades voltaram com atividades presenciais para disciplinas práticas, a estimativa é de terem movimentado cerca de 120 mil alunos em dias alternados —menos de 20% dos 668 mil matriculados no ensino superior na cidade.
A nova autorização deve provocar um deslocamento menor, já que, mesmo as instituições que decidiram pela retomada, estimam baixa frequência nas atividades presenciais.
O Centro Universitário Belas Artes está entre as poucas instituições que optaram pelo retorno. A partir desta quarta (7), os alunos podem optar por frequentar duas vezes por semana as aulas presenciais. Os que não quiserem, poderão assistir as aulas online que serão filmadas do campus.
No entanto, a expectativa é de baixa adesão ao modelo presencial, já que a instituição consultou os estudantes e apenas 16,5% optaram pela volta.
FAAP e Universidade São Judas também decidiram que retomam as aulas presenciais de forma optativa para disciplinas teóricas. Elas não informaram como será a divisão das turmas e se haverá limite de frequência aos alunos.
Capelato diz que as faculdades particulares investiram em tecnologias para continuar com as atividades online e preferiram manter o modelo por mais dois meses, até o fim do ano letivo, para depois pensar nas adaptações físicas para a volta.
“A operacionalização da volta não é tão simples. Vai ser preciso aumentar as equipes de limpeza, reduzir o tamanho das turmas, contratar mais professores. São muitas mudanças para só mais dois meses de aulas. Elas preferiram concentrar esforços em terminar o ano letivo de forma remota”, diz.
O setor diz enfrentar uma das mais graves crises, já que perdeu alunos e teve alta da inadimplência durante a pandemia. Projeção do Semesp é de que, neste ano, as faculdades particulares do país percam 7,6% das matrículas. O ensino superior privado é responsável por 75% das 8,4 milhões de matrículas nessa etapa.
As universidades públicas também deverão sofrer impacto no orçamento —neste caso, decorrente da queda de repasses advindos da arrecadação de impostos, afetada pela pandemia.
Fonte: Folha de São Paulo
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