12/08/2020 17:25
O fechamento de escolas deixou um a cada oito jovens sem qualquer tipo de acesso à educação e interrompeu treinamento, cursos e exames, inclusive por meios virtuais. No total, a pandemia abalou a educação para 70% dessa camada da sociedade entre 18 e 29 anos. Os dados fazem parte de um levantamento realizado em 112 países pelo mundo com entrevistas a mais de 12 mil jovens.
Publicado nesta terça-feira pela Organização Internacional do Trabalho, o estudo revela que 73% dos jovens foram de alguma forma afetados pela pandemia, com perda de emprego ou de acesso à educação. Para a OIT, esses números revelam que a crise vai ter um impacto de longo prazo.
Um dos aspectos destacados no informe é a incapacidade de camadas mais pobres da população a manter o mesmo acesso à educação. Nos países ricos, 65% dos jovens entre 18 e 24 anos continuaram aulas e treinamentos online quando os estabelecimentos fecharam. Nos países de renda média, essa taxa foi de 55%.
Já nos países mais pobres, isso chegou a apenas 18%. Ou seja, de cada cem jovens nesses países, 82 ficaram completamente fora das salas de aula e do ensino básico.
Se as disparidades sociais já eram profundas antes da pandemia, o estudo revela como tais desigualdades se ampliaram com a crise. Nos países ricos, apenas 4% dos jovens disseram que ficaram completamente sem educação. Já nos países mais pobres, essa taxa chegou a 44%, contra 20% nos mercados emergentes.
Os dados não são apresentados nem por região e nem por países. Mas, segundo a OIT, a média mundial indicou que 51% dos jovens entrevistados estão convencidos de que a crise atrasará sua educação e 65% deles admitiram que aprenderam menos.
Esses jovens também foram os mais afetados em termos de emprego e renda. De acordo com o levantamento, um a cada seis pessoas de 18 a 29 anos parou de trabalhar diante da pandemia. De cada cinco, dois tiveram uma queda importante na sua renda.
O impacto desproporcional entre os jovens ocorre por conta de muitos deles estarem aquando no setor de serviços. O segmento foi especialmente atingido pelo fechamento do comércio, restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos.
Um dos temores ainda da OIT é de que o impacto social se traduza em problemas de saúde. As estimativas são de que a depressão e ansiedade estejam já afetando 17% desses jovens.
Foto: FCE/Divulgação
Fonte: UOL
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