26/04/2018 18:55
Quando o assunto é inteligência artificial, ainda há quem pense em filmes como 'O Exterminador do Futuro' e '2001: Uma Odisseia no Espaço' como um cenário possível de dominação das máquinas sobre a vida humana. A realidade da chamada revolução digital, porém, está longe de ser tão catastrófica - segundo os especialistas nesse tipo de tecnologia, o panorama mais provável é o de colaboração, em que máquinas e homens trabalharão juntos em sinergia.
Em janeiro, no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, o vice-presidente da consultoria Gartner, Peter Sondergaard, revelou otimismo ao prever que a inteligência artificial criaria 2,3 milhões de novos empregos até 2020. O executivo ecoou a opinião de muitos de seus colegas na indústria, que defendem que a AI trará mais produtividade para as empresas e melhorará processos, enquanto humanos ficarão a cargo de tarefas de inovação, criatividade e relacionamento. Não há dúvidas, porém, de que a nova economia digital também eliminará funções, principalmente as mais técnicas e operacionais.
"As competências que usávamos no passado para o desempenho de atividades repetitivas serão de fato substituídas pela tecnologia. A principal questão é quando isso vai acontecer", afirma Guilherme Soárez, CEO da HSM, especializada em desenvolvimento de pessoas. Ele acredita, porém, que a AI trará quatro grandes contribuições para os trabalhadores: capacidade de aprendizado, colaboração, predição e autoconhecimento. "À medida que os sistemas de inteligência começam a capturar e dar feedback para as pessoas sobre seus comportamentos e emoções, será possível se conhecer melhor e prever trilhas de carreira mais adequadas para cada pessoa", explica. "Quanto mais a tecnologia avança, mais humanos precisamos ser. Não adianta querer desenvolver habilidades técnicas que vão competir com a máquina", diz.
Nesse cenário, empresas que já começaram a investir em ferramentas e sistemas de AI já se preocupam também em formar seus profissionais para lidar com essas novas tecnologias. "Hoje temos muita disponibilidade de informação e capacidade de processamento, mas o que falta são pessoas preparadas para lidar com tudo isso", afirma Ricardo Vilanova, sócio da EY para a área de inteligência artificial e robótica.
Em janeiro, a empresa inaugurou um programa de ensino em inteligência artificial. A Analytics Academy surgiu com o foco em qualificação interna, mas a escassez de conhecimentos sobre AI no mercado fez com que a consultoria abrisse o programa para treinar também os funcionários de seus clientes. Com foco em projetos reais, o curso estimula o participante a seguir uma trilha de conhecimento que lembra os videogames: a cada etapa vencida, o aluno ganha um distintivo. "Percebemos que esse modelo de aprendizado funciona muito bem para a nova geração, assim como o enfoque prático e de colaboração."
A Microsoft Brasil também seguiu o caminho de formação do público externo. Em abril, a empresa anunciou um programa aberto de capacitação em inteligência artificial on-line. "O programa faz parte de um esforço corporativo mais amplo, que inclui uma escola de IA, voltada para desenvolvedores que desejam expandir seus recursos e usar os serviços da Microsoft", afirma Alessandro Jannuzzi, diretor de engenharia e inovação da Microsoft Brasil. Ele explica que mais de 10 mil brasileiros já completaram os cursos de IA da academia virtual. "Temos a responsabilidade de atuar para minimizar o impacto sobre os empregos que correm o risco de ser automatizados. Essa ação precisa ser focada no desenvolvimento de novas habilidades e conhecimentos."
O esforço de algumas empresas em 'democratizar' a inteligência artificial faz sentido para os negócios: ao dar ferramentas e conhecimentos aos clientes e ao público em geral, essas corporações acabam criando mercado consumidor que entende e usa seus produtos e serviços.
É o caso da Salesforce, que oferece treinamentos on-line gratuitos para o público sobre temas que vão desde noções básicas em desenvolvimento, marketing ou vendas até conhecimentos aprofundados em machine learning e inteligência artificial. O diretor de marketing para a América Latina, Daniel Hoe, explica que, a princípio, os conteúdos da ferramenta Trailhead eram focados em produtos da Salesforce, mas a companhia vem inserindo outros temas. "Nossa visão é a de que esses conhecimentos serão tão presentes em nossas vidas que todos teremos que saber um pouco. A IA é a matemática do futuro", afirma. O Trailhead possui uma versão paga customizada para empresas clientes, que inserem seus próprios conteúdos de e-learning além dos cursos oferecidos pela Salesforce.
Um dos usuários da ferramenta é a ZAP Imóveis, que nos últimos dois anos vem treinando sua equipe de marketing e mídia para melhorar performance e automação de processos. "O time é mais voltado para análise e menos para a operação. As pessoas ganharam qualidade no trabalho e se especializaram, deixando as funções operacionais de lado", diz Vinícius Vasconcelos, coordenador de marketing digital da empresa.
Valor Econômico
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